29.9.11

sobre as coisas que me arrependo. feliz aniversário pai.

Quando eu era pequena, era mais próxima do meu pai, o xodózinho. Ele me chamava de "maguinha", pq eu era magrinha.
Depois veio a adolescência, e eu tomei consciência dos defeitos dele, como pessoa.
Desde lá eu já era meio intransigente. Se hoje percebo que meus amigos mudaram de uma forma que não me agrada, acabo me afastando. Não consigo evitar. É um defeito, afinal, amigo de verdade a gente mantém.

Então que eu me afastei do meu pai. Ele era só o cara que me fez, não dava significado ao "pai" que todas pessoas tanto sentiam amor.
Meu pai era viciado no jogo do bicho, e bebia bastante. Ele era uma boa pessoa, só não tinha um rumo. O sonho dele era ganhar no jogo, e fazer tudo que ele passou anos não fazendo. Cuidar da gente, acabar com as dívidas, ser feliz.

Ele passou tanto tempo sonhando, que não deu tempo de viver. Ele não ajudava nas contas da casa, não comprava presente nas datas especiais. Mas a maior alegria dele era ganhar uns trocados de tempos em tempos no jogo, e nos dar 20 ou 30 reais pra comprar um cd. Todo faceiro.
Era legal, a gente gostava. Minha mãe não podia se dar o luxo de lá pelo dia 21, do nada, dar um dinheiro pra gente gastar. Ela tinha contas pra pagar, comida e essas coisas.

Então que cresci e passei a ressentir ele. Como ele podia ser tão egoísta? Como não conseguia enxergar que aquilo tava destruindo a gente? Pai, seja responsável! Seja o homem da casa!

Eu já não suportava ficar perto dele. A respiração era pesada, devido ao peso, e eu também conseguia escutar ele mastigando. Ficava muito irritada. Mal aguentava ganhar ou dar um beijo no rosto dele. Limpava o rosto ou a boca, pq ele tinha a pele oleosa e ainda usava aquelas loções pós barba que só melecava mais.

Eu já era intransigente lá nos meus 17 anos quando ele ficou doente. Câncer.
Nem fiquei triste. Ele já tinha feito a gente passar por tantas....
Todo mundo me falava pra passar mais tempo com ele, ser carinhosa, ele era meu "pai", apesar de tudo.

Como eu podia esquecer tudo o que ele fez a gente passar?
Eu que sempre me achei empática, não conseguia me colocar na posição dele, como pai.
É tão automático ser filho, né? A gente acha que os pais tão ali pq escolheram isso, é obrigação deles.
Não podem ficar tristes, é a vida que escolheram. Eles que me colocaram no mundo.

Só hoje eu imagino, e choro, pensando no que se passava na cabeça dele.
Ele tinha defeitos, e eu tenho muitos outros, muitos iguais, mas ele era uma pessoa boa, que me amava, assim como a minha mãe e a minha irmã.
Imagino o quando devia DOER sentir a repulsa da filha dele. O rosto virado.
Mas eu não conseguia imaginar isso, naquela época.

Então eu não fiquei do lado dele nos últimos meses, nos últimos dias e nas últimas horas.
Eu vi meu pai ser carregado num saco preto através da sala da minha casa.

No velório dele, tive uns ataques de choradeira. Aquela coisa "essa pessoa viveu comigo por 18 anos e agora eu nunca mais vou ver ela".
Não foi "eu nunca mais vou ver meu pai".

Pois bem, todo esse tempo, desde 17 de maio de 2007, eu nunca senti muita falta, ou arrependimento.
Só esse ano, de uns meses pra cá que passei a pensar no meu pai.
No que ele sentia, e não o que ele fazia.
Não o que eu sentia, e sim o que eu fazia.

Então desculpa, pai. Eu não sabia melhor naquela época.
Todos tentaram me avisar, mas é o tipo de coisa que só se aprende vivendo.
Eu odiava que a nossa vida não era mais fácil, e que eu não podia fazer nada pra você mudar.
Eu odiava que essa casa era só brigas, berros. Que sempre faltava dinheiro.
Pior que as coisas não mudaram muito depois que você foi.
Agora são só mulheres, talvez a voz não seja tão alta, mas a gente ainda consegue gritar bem alto.

Espero que você esteja muito feliz aí.
Espero que consigas ser outra pessoa diferente, odeio pensar que quando as pessoas morrem, elas passam o "resto da vida" sem fazer nada, só olhando a vida na Terra. Ou nem isso.

Eu sei que escrever um monte aqui, nesse blog bem abandonado, não é nenhum tipo de homenagem, mas é o que eu consigo fazer agora.

Feliz aniversário.

13.6.11

sobre as-pequenas-coisas-da-vida.

Pra mim as melhores pequenas-coisas são:

  • ouvir na rádio uma música que eu gosto (principalmente se for mais antiga, as "do momento" sempre tocam);
  • ligar a TV quando passa Friends, Two and half man, Sex and the city (esse só na casa das amigas :/) mesmo que já tenha visto o episódio mil vezes;
  • receber uma mensagem inesperada;
  • receber um e-mail com conteúdo (nada encaminhado ou propagandas);
  • o olhar do Daniel quando eu me arrumo e ele diz que tou linda :)

E pra vocês, quais são as-pequenas-coisas-da-vida mais legais que tem?

3.6.11

sobre morar com os pais e etc.

Eu leio o blog da Gica há muitos anos, e sempre admirei seus textos inteligentes e seu humor.

Mas um tempo atrás ela escreveu no seu twitter algo como "é uma vergonha pessoas com mais de 20 anos ainda morar com os pais" (claro que não lembro exatamente as palavras, mas esse era o contexto).

Eu obviamente discordo dessa opinião, mas prefiro não discutir com pessoas que não conheço na internet, onde é fácil se esconder atrás do monitor (no meu caso).

Tento não levar pro lado pessoal nada que não seja dito diretamente pra mim, e bato nessa tecla também pra outras pessoas, pra evitar aborrecimentos. Mas dessa vez tocou na minha ferida.

CLARO que eu não queria ainda morar na casa dos meus pais. Acho que quase ninguém realmente quer, né? Talvez eu tenha essa opinião porque trabalho há 6 anos, pago minhas contas, pago minha faculdade, compro e passo minhas roupas, dirijo se precisar, e por aí vai. O que eu ganho da minha mãe é casa pra morar, roupa lavada, água/energia/tvacabo/internet, café da manhã e comida no final de semana.

Agora, me diz, quem consegue se sustentar com 20 anos? Quem consegue um emprego que pague faculdade, aluguel, água/energia/tvacabo/internet, comida, etc? Me diz onde tem esse emprego que eu quero...

Claro que se minha mãe pagasse minha faculdade, seria bem mais fácil. Como vejo por aí, muita gente que ganha seu salário e pode gastá-lo todinho (ou poupar) sem se preocupar com nada. Daí sim o comentário da Gica é plausível. Mas generalizar é feio.

Enfim, o post não é sobre o comentário e sim sobre o assunto.
Tem coisas básicas que eu queria "conquistar" até os 30:
- Ter um lugar pra morar, de preferência que não seja aluguel.
- Não andar mais de ônibus. Sim, ter um carro. Mas queria um bicicleta também!
- Encontrar um emprego legal e que pague bem. Não só um emprego OK, mas aquele que dá vontade de levantar todo dia.

Às vezes me dá vontade de largar tudo e pegar um trabalho na videolocadora, no cinema, ou no café da esquina. Fazer um estágio bobo de 4 horas. Algo que não tenha muita responsabilidade sabe?

Talvez eu pudesse fazer isso com 16 anos, mas agora não dá mais. Meu "custo de vida" tá um pouco alto (ok, as prestações da Renner).
O que mais vejo agora são esses estágios e oportunidades sem muita complexidade (e sem muito salário) pra iniciantes. Dá uma invejinha porque na minha época não tinha disso.

Bom, minhas metas tão aí. Tenho mais ou menos 7 anos pra chegar lá, mesmo que atualmente não esteja fazendo nada pra conseguir isso.. sim, economia não é meu forte. Quem sabe um dia...

19.5.11

sobre algum tipo estranho de amizade.

Li hoje em algum lugar: "Você sempre foi muito amiga ao me ver chorar, mas nunca suportou a minha alegria."

E tem gente que é assim né? Como tem pessoas que só conseguem apoiar nas horas fáceis, e não sabe lidar nas horas difíceis, o inverso também é verdadeiro.

Tem quem não suporte ver a felicidade de um "amigo".

17.5.11

sobre o ciclo da vida.

Quando a gente gosta de alguém, queremos que a pessoa saiba o que ela significa pra nós, e queremos sentir que também somos importantes para ela.

Sempre compartilhei das decepções e alegrias dos meus amigos: um novo emprego, um novo amor, um pedido de casamento, um término de relacionamento, testes de gravidez, e essas coisas que nos fazem felizes pela outra pessoa, ou nos fazem querer tomar o lugar dela, pra que não sinta essa dor.

Realmente não importa muito quem fica sabendo primeiro da notícia, ou quem dá o primeiro presente, quem tem a disponibilidade de estar perto o tempo todo, quem é escolhido pra apadrinhar uma nova fase, etc...

São coisas simbólicas, que por mais que você passe muito tempo longe de uma pessoa importante, dá pra saber quando mesmo depois de tudo, ela se importa tanto quanto uma pessoa que esteve ali o tempo todo.

Tudo isso pra dizer que eu fiquei muito triste quando a Dani casou, eu cheguei atrasada e perdi ela entrando na igreja. Poxa, só se casa uma vez né? ("No meu segundo casamento...") É um momento que não dá pra substituir.

Então ontem, quando eu fiquei sabendo que minha querida amiga podia estar grávida, mergulhei nessa ansiedade também e me meti: não ia deixar ela ficar sabendo o resultado pelo telefone.

Se notícia ruim já não se fala ao telefone, imagina uma notícia linda dessas?
Então que antes das 15:00 liguei pra ver se o laudo do exame estava pronto, e fomos lá buscar, quase saltitando de ansiedade.

E o resultado? Positivo! Claro! Muito positivo e muito grávida, pra não deixar dúvidas!
Até o tiozinho do laboratório percebeu nossa felicidade.

E simples assim, pude participar de um momento inesquecível da vida da Dani.

Enfim, vai ser o bebê mais lindo e amado do mundo.

Vai ser surreal ter uma amiga nutri barrigudinha, e 9 meses vai demorar muito pra passar.

Toda a felicidade do mundo pros novos papais! ♥

30.4.11

sobre os genes parte 2.

Dizem que capricornianos são "mão de vaca". Eu não entendo nada de signos, viu? Não sei de características de nenhum. Mas li isso mais de duas vezes e não entendi. "Ué, mas eu não sou uma gastadeira? To sempre com várias parcelas da Renner pra pagar..."
Mas daí pensei com meus botões... às vezes compro impulsivamente, e outras, penso muito muito tempo antes de desembolsar, sabe? Meses, às vezes. Enrolo o quanto der. Quando o negócio que eu tanto queria comprar acaba, às vezes dá até um alívio. hahaha
Algumas vezes vou até o outro lado da cidade pra comprar o remédio 3 reais mais barato. Mas nem sempre, viu? São lapsos de mão de vaquice, e minha mãe também é assim! Muita coisa é "pegar o mais barato".. "isso não precisa..." etc..
Muitas vezes vou pelo mais barato e me ferro. Eu não aprendo mesmo...

Daí... consegui puxar do meu pai uma coisa péssima: não conseguir se sustentar. Tudo bem que ainda moro em casa, não pago água/luz/telefone/internet, mas atualmente se precisasse, não conseguiria.
Meu salário tá sempre contadinho na planilha, e se me perguntares, mês que vem já tá quase todo comprometido.
Eu compro minhas roupas, sapatos, desodorante, shampoo, condicionador, creminhos, esmaltes, etc... minha mãe paga as contas da casa + comida.
Mas meu pai não pagava praticamente nada, sabe? Vivia às custas da minha mãe. E morro de medo de ser assim... não posso!

Eu ainda não consegui colocar dinheiro no banco, e deixar lá. Mas um dia, com a ajuda do namorado """economista""", quem sabe ;)
Minha mãe, de fato, também não é muito de poupar no banco e sobrar dinheiro no final do mês. Acho que não tinha como eu sair diferente.
Mas ao menos ela é e sempre foi responsável por colocar a comida na mesa, e não deixar a energia ser cortada!

Cri cri. Eu sou cri cri como minha mãe. Me irrita muito quando ela pega no meu pé que "preciso comprar roupas", "engordasse né?", "arruma esse quarto!", etc... Tipo, vai cuidar da tua vida, mulher!
Mas eu sou igualzinha, e to sempre dando pitaco na vida do namorado. Parece que sou a mãe dele! (mas encarnada na minha)
Não consigo evitar, são coisas que penso serem tão básicas... não deveria precisar dizer!
Enfim.. tento sempre melhorar, viu amor?

Impaciência. Normalmente eu não to pronta ainda pra sair, mas quero que todo mundo já esteja! Pra quando EU estiver, podermos sair! hahah
É impaciência ou egocentrismo?

Detesto esperar. Fico com raiva de perder o ônibus e esperar mais 15 minutos por outro. Muita perda de tempo!
Minha mãe: nem deu a hora de eu voltar pra casa com o carro, e ela já tá ligando, supondo que não vou chegar a tempo. Se me atraso 5 minutos, ela já fica furiosa, mesmo que não esteja pronta pra sair com o carro.
É mole??

Dormir... ah, eu adoro dormir. Mas não demais! Acho perda de tempo. Adoro acordar 9 da manhã do sábado espontâneamente e aproveitar o dia. Mas quando tenho sono pra dormir até meio dia, claro que não deixo de o fazer.
Minha mãe parece só dormir o necessário. À noite, e final de semana à tarde. Aquele costume de gente mais velha, sabe? Mas é certeiro: ela não dorme até tarde no final de semana, mas também não vai dormir cedo, por dormir.

A pele clara, do pai. O jeito mais explosivo contido - só para quem conhece - da mãe.

Bom, tem mais outras coisas que não dão tanto pano pra manga, mas pra resumir: a gente acha que os pais não nos entendem, mas é só porque nós somos tão parecidos! Com certeza muitas das coisas que eu não aprovava neles, vou fazer exatamente igual depois. É um pouco triste, mas eu não seria a primeira... ;)

27.4.11

sobre os genes.

Eu sou muito dos meus pais, sabe?
Tenho a impressão que só puxei as coisas ruins, mas acho que não é por eu só encontrar defeitos neles, mas sim em não aceitar minhas qualidades (assim, não procurando conexão entre qualidades em comum).

Eu sou assim:

Puxei o lado anti social do meu pai. Ele não era MUITO de pessoas. Claro que curtia um churrasco, tomar a cervejinha e conversar. Isso eu também gosto, de pessoas legais, beber umas e bater papo com os amigos. Só não fico extremamente confortável conversando com muita gente que não conheço.

Mas puxei o lado "saideira" da minha mãe. Minha mãe não para em casa, tá sempre fazendo alguma coisa, em qualquer lugar, menos em casa. São raras as vezes que encontro ela deitada no sofá pra descansar, ver televisão...
E eu muitas vezes não suporto ficar em casa sem fazer nada, sempre quero SAIR. O maior problema é que pra mim, fazer alguma coisa = comprar alguma coisa. Seja comida, uma revista pra ler, um cinema, tomar um chopp, e por aí vai. Não sei se é coisa de blumenauense, já que aqui não tem muita opção de fazer, sem desembolsar...

Já que mencionamos, adoro comer. Adoro, adoro, adoro. Amo. Acho que um dos maiores prazeres. Como minha ex-psicóloga disse: é fácil sentir prazer quando não precisa fazer esforço, sem dar nada em troca. Acho que é assim mesmo a comida, né? É só pegar (pagar) e comer.
To pra descobrir prazer mais fácil! (deixemos o óbvio de lado...)

Bom, voltando, puxei isso do meu pai, claro. Gordinho sempre, eu tenho essa tendência a pensar em comida, e engordar.
Minha irmã não, puxou minha mãe e a facilidade em comer, e não engordar.

Minha mãe era a espontânea da relação, e fala consideravelmente. Pode se dizer, que às vezes fala sem pensar, com bastante sinceridade. Essa sou eu.
Boatos que sinceridade é uma coisa boa, e até me provarem que não, eu também sou fã. Mas sei que devemos dosar, pra não ofender ninguém. Nós tentamos....

Puxei também a parte espontânea, que tá meio incluso na parte de sair: viajar.
Muitas vezes quando eu era menor, eu e minha mãe fazíamos as malas, e íamos passear com excursões Brasil afora.
Já meu pai e irmã ficavam em casa. Ai que chatice, né?
Já falei pro namorado que se for assim como meu pai, não vai dar. Quero fazer 26 anos de casada e viajar ainda. Note que não coloquei um ano redondo pra não parecer que só quero viajar pra comemorar aniversário de casamento!

(to be continued)

6.2.11

sobre a infância (e o futuro).


Esse vídeo não tem nada a ver, mas enquanto assistia ele (encantada) lembrei do assunto que vou falar nesse post. (fiquei muito em dúvida qual link colocar aqui, já que assisti o vídeo de uma câmera diferente, e os ângulos realmente fazem diferença! Mas tem outro aqui, e recomendo assistir todos, pois essa apresentação foi linda!)

Não era minha intenção ficar fazendo posts sobre coisas do passado, mas de vez em quando bate uma saudade, ou só paro pra pensar mesmo, e penso que podia compartilhar um pouco "da minha história" por aqui, e quem saber reler isso quando a memória estiver mais prejudicada...

Quando eu era menor e ficava em casa depois de voltar da aula, não fazia muito além de assistir televisão. E era encantada por coisas e pessoas bonitas: um comercial com uma música legal, uma introdução de série interessante, clipes musicais de ídolos ou apenas com uma fotografia legal, apresentações ao vivo, e por aí vai.

Eu vivia com o controle na mão, com o dedo no REC. Comprava fitas e mais fitas VHS e gravava tudo que achava legal. Até hoje, meio sem utilidade, tenho mais de 40 fitas guardadas no alto do meu armário. Infelizmente não tenho mais nenhum video cassete que funcione, e é muito caro passar pra DVD.

Essa belezinha..

Na verdade, cheguei no assunto das fitas, pois assistindo ao show de Glee, me deu saudades de dançar.
Desde pequena, não sei quantos anos, uns 8 talvez, eu dançava, algo parecido com street dance (dança de rua).
Fazia apresentações por aí, com o pessoal da Oficina de artes da Associação da Hering, e depois com algumas vizinhas, decidimos "voar solo".

Gravávamos as danças legais, abríamos espaço na frente da TV e copiávamos as coreografias por horas a fio.
Acho que lá por 2000, 2002, conseguimos até com algum conhecido de algum amigo, mp3 em cd com algumas apresentações ao vivo, assim não tinhamos que dançar a versão do cd (como extrair o áudio da TV para o CD, né?), sendo que tínhamos a coreografia da versão ao vivo, que é sempre diferente.

Tudo isso pra dizer que sinto falta de dançar. Não temos mais tempo pra isso, com a faculdade, trabalho.. Se quisesse, poderia me inscrever numa academia e dançar isso, mas não é a mesma coisa, sabe? O estilo vai ser diferente, as pessoas, e as músicas. E não tenho tempo pra ensaiar, isso é fundamental. Também não rola apresentação, porque não é algo popular, e isso desestimula.


It's Britney, bitch.

Sinto falta de dançar, assim como sinto falta de jogar vôlei, basquete (por mais que era ruim nisso, achava divertido) e como tenho certeza que sentiria falta de andar de bicicleta, se soubesse andar numa.

Ficamos presos nessa vidinha de trabalhar e estudar, pra comprar uma casa e um carro. Não temos talento pra nada, e a vida é tão mecânica que é triste. Não poder fazer diferença pra ninguém, não inspirar ninguém. Queria fazer algo útil, algo que fizesse pessoas felizes, e principalmente, me fizesse feliz.

Infelizmente, isso não dá dinheiro por aqui, e nem uma casa e um carro na garagem.

Update: A gente dançava essa música do vídeo, o começo da Britney Spears, e depois a parte do N Sync, a partir de 2:30. Era uma das preferidas ♥


24.1.11

sobre a adolescência.

No sábado retrasado meu computador parou de funcionar, até que foi consertado (e formatado), onde quando recebi de volta na quinta feira passada, resolvi fazer uma limpa e organizar todos meus documentos que estavam em milhares de pastas nada padronizadas desde 2003.

Fiz isso na quinta feira das 21:00 à 01:00, sexta à noite e sábado durante a tarde inteira.
Foram 3 dias de "remembers" de festas, amigos e blogs criados onde os posts se resumiam a "Não fiz nada hoje e meus pais não me deixam sair". hehe

Quem me conheceu na época, sabia que meus pais não eram fácil, bem diferente dos pais das minha amigas que eram bem mais liberais.
Hoje em dia não acho que tenha perdido nada realmente importante. Não tenho como dizer que deixei de fazer amigos, blablabla. Claro que eu pensava isso antes, mas agora não acredito que tenha sido tão importante.
Deixei sim de ser mais influenciada.
No final, acredito que nenhuma de nós se saiu mal, por ter tido mais ou menos liberdade.

Li um post onde escrevi que meus pais iriam se separar, em 2004. Eu já nem lembrava mais disso, apenas que eles quase se separaram, mas não o quão perto nós estivemos disso acontecer. Meu pai faleceu 3 anos depois, e por mais que as mágoas das coisas que ele fez enquanto esteve aqui ainda não me deixam ver ele como o santo que minha irmã vê atualmente, acredito fortemente que aconteceu exatamente como tinha que acontecer: meus pais não se separaram e meu pai não teria onde/como viver, e 3 anos depois, a doença veio e a separação foi inevitável. Ninguém precisou fazer uma escolha.

As saídas noite afora (até hoje não acredito que às vezes conseguia voltar 7 da manhã sem levar broncas) e as festas eram bem divertidas às vezes e outras um tédio.
Claro que só lembro das divertidas.
Tenho fotos bizarras, que não mostro pra ninguém, porém não consigo apagar: feiuras de uma bêbada.
Elas são vergonhosas, mas me lembram como eu me divertia sem medo do que os outros
pensavam (até demais!), coisa que hoje em dia, é muito difícil fazer.
Não tenho filhos, marido, carreira, mas quando crescemos, criamos alguma vergonha na cara né? Infelizmente.

Depois dos 18 anos já me sentia velha. Quase não aguentava passar a madrugada na festa, e hoje raramente passo das 2 da manhã em qualquer lugar. Se tiver um sofazinho, opa! Fico por ali mesmo.
Não é triste?

Bom, o post foi mais pra dizer que eu me diverti, mas mudei bastante da menina de 15 anos. O estilo era vergonhoso, mas graças a Deus, minhas atitudes sempre foram boas.
Eu evoluí, e espero que daqui a 5 ou 7 anos eu tenha evoluído muito mais e possa sentir orgulho do que já fui, mas principalmente, do que serei então.

8.1.11

sobre as resoluções de 2011.

Acho que ano passado não fiz "listinha" de coisas que gostaria de ter feito em 2010, e talvez por isso meu ano foi tão sem graça.

Sinceramente, fui responder uma retrospectiva que a Dani me mandou por e-mail e desisti. As respostas foram todas bem vagas, já que meu ano foi bem sem graça, sem nenhuma realização importante, sabe?

A única coisa diferente que fiz foi a segunda tatuagem e consegui continuar na faculdade.
Trabalho a mesma coisa, namoro o mesmo, amigos também, nenhuma compra ou viagem fanstática (ah, Curitiba eu queria ir faz tempo. Ponto.)

Então esse ano fiz uma listinha de coisas que seria bem legal se conseguisse fazer/continuar fazendo. Lá vai:

1. Pesar 54 kg
2. Fazer exercícios
3. Parar de usar tênis diariamente
4. Guardar um dinheiro mensalmente
5. Continuar não tirando cutículas
6. Continuar na faculdade
7. Trocar de emprego se até março não melhorar trabalho/salário
8. Comprar um notebook
9. Assistir Mad Men, Fringe
10. Colocar lentes de contato ou comprar óculos novo e ENXERGAR
11. Usar maquiagem todos dias (apoio: 2beauty)
12. Comprar câmera digital
13. Pedir menos coisas pro Daniel
14. Ler ao menos 1 livro por mês
15. Terminar clareamento dos dentes
16. Cumprir todas tradições de ano novo pra ver se funciona!
17. Trocar coca cola por chá gelado
18. Ir no Rock In Rio assistir Red Hot Chili Peppers e Coheed and Cambria



Será que dessa vez vai? :)

5.1.11

sobre a personalidade dessa que vos fala.

Eu não sou uma pessoa fácil de lidar, sabe?

Não sou apegada a minha família, minha irmã mais velha está longe de ser melhor amiga ou algum exemplo a seguir, e não tenho amigos (as) de infância.

Não fui criada pra ser nenhuma Miss Simpatia, e isso às vezes não acaba bem.

Lembro que tive algumas "melhores amigas" quando menor, mas não lembro o que aconteceu pra essas amizades acabarem. Eu acho que enjôo fácil das pessoas.
Se elas não correspondem minhas expectativas, eu me acho melhor sem elas. Detesto ser algo que não sou, e fingir gostar de alguém. Tolerância zero.

Terminei a 8ª série nem querendo fazer formatura, e meus últimos "recreios" eram lendo livros (algum Harry Potter, se não me engano). Só queria ir embora daquela escola sem nem olhar pra trás. Acreditava na promessa que o ensino médio traria uma escola nova, pessoas muito legais e um recomeço.

Tive novas amizades, e uma amiga em especial. Era eu e ela. Carne e osso.
Daí a gente acabou brigando com as outras amigas (sem contar outras meninas antes, mas a briga não era minha), e ficamos eu e ela só.

Então essa amiga começou a andar com as meninas que havíamos criado uma "richa" no começo (aquela que a briga não era minha), e acabei ficando de lado. No final do 2º ano, não queria mais estudar lá.
Tinha uma nova BFF, e me mudei pro colégio dela.

Lá, era eu e ela. Eu era novata, então ia atrás da amiga. Ela não era muito sociável, então aquele ano não fomos super populares na escola. Mas fora, fizemos bastante colegas, e durante uns 2 anos, eu conheci muita gente. Muita gente mesmo, muitas festas. Esqueci um pouco o quão tímida eu era, e como não fazia amizades fácil.

Mas isso tudo passou, eu mudei, e quase nenhuma dessas amizades ficaram. De todas 39812781 pessoas, ficaram duas amigas até hoje, depois de 6 anos.

Daí veio a faculdade, e achei que seria fácil. Não foi.
Não gostei da turma que peguei, o pessoal com quem eu falava não fazia meu tipo, sabe? Eu não sou muito de me adaptar ao ambiente. Eu sou quem eu sou. Fiquei dois semestres frustrada nessa turma e mudei.

Fui pra uma sala que conheci várias meninas legais e queridas. A turma era unida e faziam festas. Tudo que eu queria!
Éramos super colegas, porém decidi trancar o semestre por outros problemas. Pronto, perdi as colegas (tenho preguiça de manter amizade com quem eu nunca encontro).

Voltei pra faculdade, sala nova. Nada a ver comigo. Tinha uma ou outra pessoa legal, mas não fiz esforço pra enturmar, sabe? Aquela coisa de dar a hora do intervalo e sair fora, em vez de bater papo e tal.

Troquei mais uma vez de sala. Prestatenção, essa já é a quarta! (sem contar uma de concentrado e outra que fiz só 1 matéria - se gostasse, podia ter escolhido essa - mas não)

O último semestre fui pra 4ª turma. Gostei, tem pessoas legais, outras malas, e esse semestre decidi manter a mesma sala. Até porque, provavelmente já estudei em todas outras e não gostei.

Eu sou uma pessoa bem crítica. Com meus amigos, com meu namorado. Quem me conhece, sabe. Eu falo tudo o que penso, e eu sei que machuca. Eu falo sem pensar, e queria ter mais filtro (célebre frase da amigona Dani).

Sou estressada, dona da verdade, impaciente, sarcástica e às vezes falo demais. Mas também sou compreensiva, gosto de dar conselhos, tenho um humor incomum, e me acho bem empática!

Eu juro que sou legalzinha. Só não tenho paciência pra gente que não tem a ver comigo, e principalmente, quem não tem personalidade.

Er, é, eu tento acreditar que essa dificuldade toda é porque eu tenho uma personalidade forte.

Vai discutir?